sexta-feira, 10 de dezembro de 2010



The Shipwreck, William Turner
(mas um naufrágio na tentativa de dizer. Acho que tenho mesmo saudade do mar...)


...e eu te amo!
(sem outras interpretações)

é fumaça, nativa e suspensa.
rico pirata, dos sentidos roubados
amaldiçoado pelo hálito do rum,
pelo azul da noite esquecida.
verbalismo... (mas puro)
verbalismo...

(nada é, nada poderia ser se
faz frio onde a maré permeia).

o mar selvagem
o mar selvagem e ela mais ainda.
o mar selvagem e mais
ainda

é levitar, é rede além dos pés.
por estar acima, fundir palavras
e cacos a estrelas soltas.
infundir sentido, nas paredes leprosas
nas ramas dos olhos
e na beleza pétrea.

o mar selvagem
o mar selvagem e ela mais ainda.
o mar selvagem adentro
e mais

é beijo, e é coisa que o valha.
vontade de subir a barca pela corda,
mesmo que a boca na linguagem da navalha
enferruje o velho sangue na borda da praia.
traço da rota na alma,
dos nervos a desfibrilhar o passo
e bater braços
na ponta dos dedos náufragos.

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